Padre de Santa Luzia é condenado a 43 anos por estupros em igreja e escola

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Foto: Igreja de São Benedito/Divulgação

 

Da Redação

 

Foi condenado a mais de 43 anos de prisão, por estupro e estupro de vulnerável, o padre José Carlos Pereira, acusado por pelo menos quatro mulheres de crimes cometidos na Igreja de São Benedito e em um colégio católico administrado por ele na cidade de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Os estupros foram cometidos entre 2014 e 2021, sendo que uma das vítimas tinha apenas 13 anos quando foi alvo do pároco. A condenação foi proferida no último dia 15 de outubro pelo juiz Fabrício Simão da Cunha, da 3ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Santa Luzia.

A reportagem de O TEMPO teve acesso à decisão judicial de 36 páginas que traz detalhes dos estupros sofridos pelas quatro mulheres. Para definição da pena, o magistrado considerou o “concurso material de crimes”, que é quando o réu pratica dois ou mais crimes de forma “separada”, o que faz com que as penas sejam cumulativas.

“Deve ser aplicado o concurso material de crimes, haja vista que o acusado praticou tais delitos em circunstâncias de tempo manifestamente distantes: o primeiro em 2014 e os demais entre 2019 e 2021, portanto, com mais de uma ação, com desígnios autônomos, em locais diferentes e com longo lapso temporal entre os fatos (06 anos)”, argumentou o juiz.

Com isso, totalizando as penas dos estupros cometidos contra as quatro vítimas, foi definida então a pena de 43 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. Porém, a Justiça também concedeu o direito ao padre de recorrer em liberdade.

A reportagem tentou contato com o padre, mas não foi atendida. A Arquidiocese de Belo Horizonte também foi procurada, mas, até a publicação não tinha informado se o padre segue atuando ou se foi afastado ou expulso da igreja.

 

Relembre o caso

 

As primeiras denúncias contra o padre vieram à tona em agosto de 2021, quando mulheres procuraram a delegacia e formalizaram os registros policiais. Na ocasião, uma ex-funcionária da instituição de ensino disse que trabalhava na escola desde 2017, mas que os assédios começaram no início de 2020.

Passados quase dois meses, surgiram então outras duas jovens, sendo outra ex-funcionária do colégio e uma ex-funcionária da paróquia, que também tinham denúncias de assédio contra o padre.

A reportagem de O TEMPO também teve acesso ao relato de uma das outras vítimas do padre. “Isso aconteceu por cerca de 1 ano. Beijo forçado, mão dentro da blusa, até chegar nos seios. Mãos nas pernas. Vinha conversando, passando a mão no ombro como quem não queria nada, e quando você via, já estava nos seios”, conta a jovem.

Ainda segundo a nova denunciante, os abusos aconteciam na escola e, também, na paróquia, onde muitas vezes o suspeito chamava as funcionárias e, até mesmo, coroinhas da igreja.

“Pedia para comprar coisas, tipo spray para passar no joelho. E aí chamava na sala, falava que ninguém iria fazer isso (comprar coisas) por ele, e já começava passar a mão no ombro, nos seios. Na pandemia, que ele começou a pagar esse dinheiro toda semana, iam não só funcionárias, mas coroinhas também”, denuncia.

 

Fonte : Jornal O Tempo

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