A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, acelerou em 2020 um movimento de atração de mulheres para trabalhar na operação de sua usina em Divinópolis. Hoje, elas ocupam 1/4 das vagas na área de laminação e 30% do total de mulheres na unidade estão na liderança. São espaços que foram conquistados por meio de programas de incentivo, além de reconhecimento do potencial das mulheres na indústria do aço.

Suellen Scofield, Gerente de Recursos Humanos da Gerdau em Divinópolis, justifica que a inclusão das mulheres no ambiente de trabalho oferece uma série de benefícios para os profissionais e para a empresa. Ela destaca que a diversidade de perspectivas pode resultar em soluções inovadoras e criativas para os desafios enfrentados pelas equipes.

Empresas que implementam programas de diversidade são vistas como mais atrativas para novos talentos e conquistam melhor reputação entre clientes e parceiros que valorizam esses princípios.

— A maior presença de mulheres na operação é um avanço significativo e positivo. A diversidade de gênero nas equipes pode levar a uma melhor tomada de decisões, maior inovação e um ambiente de trabalho mais inclusivo e colaborativo. Além disso, a presença de mulheres em cargos operacionais e de liderança pode servir de inspiração para outras mulheres, incentivando-as a seguir carreiras em áreas tradicionalmente dominadas por homens — avalia Suellen Scofield.

Haline Pimentel hoje é operadora de laminação da Gerdau em Divinópolis, mas iniciou como estagiária de segurança do trabalho e foi uma das primeiras mulheres a chegar na operação nesta área. Atualmente, cursa engenharia de produção, conciliando a vida profissional com a maternidade e o casamento.

— Fui muito bem recebida. Nunca fui desrespeitada por colegas. Os mais velhos e os mais novos que estão chegando precisam saber que a mulher está ali não para preencher vaga, mas pela capacidade que ela tem e, às vezes, o que falta é um empurrão para demonstrarmos isso —  afirma.

As primeiras adaptações para receber a mão de obra feminina nas áreas operacionais foram estruturais, como a construção de banheiros e vestiários exclusivos para elas. Os equipamentos de proteção individual também precisaram ser adaptados para as gestantes, com calça, bata e botinas mais leves.

Durante a gravidez, as mulheres continuam a atuar na operação, sendo acompanhadas de perto pela equipe de saúde e segurança do trabalho e área de Pessoas.

O Programa de Gestantes Gerdau oferece às funcionárias grávidas acompanhamento mensal, ou sempre que necessário, com uma enfermeira obstétrica. Os encontros acontecem até o nascimento do bebê, com orientações sobre cada fase da gestação, amamentação e puerpério.

Nutricionistas e educadores físicos atendem as gestantes para auxiliar no alívio do desconforto e controle do peso adequado. As consultas e exames do período gestacional são isentas de co-participação, para estimular a realização adequada do pré-natal.

Após a licença maternidade, que é de seis meses, as mulheres retornam aos seus postos de trabalho e têm suporte para conciliar as atividades profissionais com as demandas maternas, como um local reservado para a coleta do leite materno, com refrigeração adequada para que a mulher possa armazenar e levar para casa o leite retirado, e auxílio creche.

— Quando descobri que estava grávida, fiquei meio receosa, por causa da atividade e o dia a dia mais intenso. Conversei com o médico, com meu líder e com a equipe de Recursos Humanos, que me encaminhou para o programa de gestantes, que é maravilhoso. Tenho que agradecer demais por aquele acompanhamento — afirma Haline Pimentel.

Em 2017, a Gerdau firmou um compromisso importante ao se tornar signatária da ONU Mulheres, aderindo aos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs – Women Empowerment Principles). Desde então, a empresa tem se dedicado a promover a igualdade de gênero, implementando iniciativas que incentivam, capacitam e valorizam o trabalho feminino.

O Programa Helda Gerdau, por exemplo, oferece mais de 100 horas de capacitação e mentoria para o desenvolvimento de lideranças femininas. Outro destaque é o Entrelaço, que visa fortalecer a Rede de Mulheres Gerentes da Gerdau. Esse programa disponibiliza conteúdos relevantes e promove encontros que potencializam a carreira das mulheres, estimulando a troca de conhecimentos e experiências.

Além de apoiar as profissionais que estão em suas operações e lideranças, a Gerdau também incentiva as mulheres em seus programas de educação empreendedora e responsabilidade social.

O programa Pertencer, desenvolvido em parceria com o Sesi/Senai, é destinado exclusivamente a mulheres maiores de 18 anos que desejam iniciar uma carreira no setor do aço. São oferecidos cursos de qualificação em áreas como logística e eletromecânica. Durante a capacitação, as participantes recebem remuneração e benefícios, incluindo vale-transporte, alimentação e plano de saúde.

O Gerdau Transforma, voltado para apoiar o desenvolvimento de empreendedores, também disponibiliza turmas exclusivas para mulheres. A iniciativa oferece qualificação e mentoria, visando impulsionar o crescimento de negócios existentes ou auxiliar na abertura de novos empreendimentos.

Com 124 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. No Brasil, também produz aços planos, além de minério de ferro para consumo próprio. Além disso, possui uma divisão de novos negócios, a Gerdau Next, com o objetivo de empreender em segmentos adjacentes ao aço. Com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro, a companhia está presente em vários países e conta com mais de 30 mil colaboradores em todas as suas operações. Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: mais de 70% do aço que produz é feito a partir desse material. Todo ano, 11 milhões de toneladas de sucata são transformadas em diversos produtos de aço. A companhia também é a maior produtora de carvão vegetal do mundo, com mais de 250 mil hectares de base florestal no estado de Minas Gerais. Como resultado de sua matriz produtiva sustentável, a Gerdau possui, atualmente, uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), de 0,91 t de CO₂e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,91 t de CO₂e por tonelada de aço (worldsteel). Para 2031, a meta da Gerdau é diminuir as emissões de carbono para 0,82 t de CO₂e por tonelada de aço. As ações da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo (B3) e Nova Iorque (NYSE).