Por Agência Minas

A macrorregião de Saúde Triângulo do Sul e as microrregiões de São Gotardo, Montes Claros/Bocaiúva e Taiobeiras devem avançar para a onda vermelha do plano Minas Consciente. A decisão será publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira, 8. No entanto, as localidades serão monitoradas pela Secretaria de Estado de Saúde até a próxima sexta-feira, 9, para garantir que não haja piora nos indicadores da covid-19. Somente será permitido o avanço a partir de segunda, 12,  caso o cenário positivo se mantenha favorável. As demais regiões do estado devem seguir, por mais uma semana, as medidas decretadas na semana passada. Triângulo do Norte permanece na onda vermelha e as outras 12, na roxa.

A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 7, pelo Comitê Extraordinário Covid-19, grupo que se reúne semanalmente para avaliar a situação da pandemia no estado. Ainda durante o encontro virtual, o Comitê – que conta com integrantes da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, do Ministério Público, da Associação Mineira dos Municípios e da Defensoria, entre outros órgãos – optou por alterar a norma que restringe a circulação de pessoas das 20h às 5h e proíbe reuniões familiares durante a onda roxa do plano Minas Consciente, decretando o fim das duas medidas.

A suspensão atende a um acordo judicial feito pelo Governo de Minas na última segunda-feira, 5, após o deputado estadual Bruno Engler questionar a constitucionalidade das medidas. Apesar do fim da proibição, o governador Romeu Zema reitera que o Estado desaconselha qualquer tipo de aglomeração ou trânsito desnecessário durante a pandemia.

— Essas medidas não serão mais obrigatórias, mas é essencial que todos façam a sua parte para conseguirmos reduzir a propagação do vírus Precisamos que a população mantenha todos os cuidados, use máscara e evite aglomerações para conseguirmos sair disso o mais rápido possível — destacou.

Resultados

O governador ressaltou que os números já apontam para o resultado positivo das medidas mais restritivas impostas pela onda roxa e que o esforço da população terá reflexo na queda no número de óbitos.

— Temos observado resultado positivo nos números das regiões que entraram na onda roxa há mais tempo, o que permite deduzir que as demais regiões, em breve, também terão queda no número de casos. Essa queda, em um segundo momento, se refletirá na diminuição no número de internações e, em um terceiro momento, levará à queda no número de óbitos — explicou.

Números

Na última semana, Minas Gerais registrou aumento de 5,2% nos casos de covid-19 e 7,8% nos óbitos decorrentes da doença.

A taxa de isolamento em Minas, na última semana, foi de 46,3%. Já no Brasil, ficou em 49,94%.

A incidência da covid-19 em Minas Gerais caiu 21% nos últimos 14 dias e 6% nos últimos 7 dias.

Restrições

Para compensar o fim da restrição de circulação de pessoas e da proibição de reuniões familiares, a norma que prevê medidas mais rígidas durante a onda roxa passa a proibir a retirada em balcão em todo o comércio não essencial, das 20h às 5h. Assim, estabelecimentos como bares e restaurantes só poderão funcionar em formato de delivery neste horário.

Supermercados e padarias, por outro lado, terão o horário de funcionamento ampliado até as 22h, para reduzir a circulação de pessoas no pico.

Conforme o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, o objetivo das medidas é evitar aglomerações.

— As mudanças não terão impacto na efetividade da onda roxa, porque a restrição de circulação de forma isolada não tem impacto direto. O que realmente queremos é evitar aglomerações. Por isso a decisão de fazer com que serviços não essenciais, principalmente bares, não vendam produtos em balcão para evitar concentração de pessoas na porta. Também recomendamos cuidado até mesmo durante uma reunião familiar, em função do risco de contágio — esclareceu.

Ele também ressaltou que a taxa de isolamento cresceu após a implantação da onda roxa no estado e que, apesar do aumento no número de óbitos, as restrições já se refletem em queda na incidência da covid-19.

— Conseguimos uma taxa de isolamento crescente desde a semana 11, quando a onda roxa foi implementada em todo o estado. Mesmo assim, é um pouco lenta a queda na incidência, mas nos locais em que foi implementada primeiro temos tido sucesso. Os óbitos ainda estão subindo, mas isso não significa que estamos caminhando para a piora. O óbito é o último indicador a subir e reflete o colapso que vivenciamos em março e começo de abril. A tendência importante é o número de casos novos, incidência e ocupação. Já sentimos melhora nesses indicadores — afirmou.

Onda vermelha

Nesta fase do Minas Consciente, a onda vermelha permite o funcionamento de todas as atividades, desde que cumpram algumas regras, como distanciamento e limitação máxima de pessoas.

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