Biomédica investigada por erros médicos em cirurgias tem licença suspensa pela Justiça

Foto : Pixabay/Reprodução

 

Fonte : Rádio Itatiaia/Por Célio Ribeiro

 

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu, nesta sexta-feira (30), a licença da biomédica Lorena Marcondes de Faria, investigada por erros médicos em cirurgias em Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado. Um dos casos envolve a morte de Íris Doroteia Martins, que faria uma lipo com a profissional de biomedicina.

De acordo com a decisão, Lorena Marcondes de Faria não poderá atender clientes até a Justiça emitir alguma decisão contrária ou a biomédica for julgada no caso envolvendo a morte da paciente de Divinópolis. Os Conselhos Regionais e Federais de Medicina devem dar informações à Justiça em até 10 dias.

Além disso, a liminar determinou o bloqueio de todas as redes sociais de Lorena e de sua clínica e determinou que ela não publique, divulgue ou compartilhe qualquer informação relacionada ao exercício da biomedicina ou aos processos no qual está envolvida. Instagram, Facebook e Twitter devem bloquear os perfis da profissional em até 48 horas.

Por fim, a liminar determina o bloqueio dos bens depositados nas contas bancárias de Lorena Marcondes, até o limite de R$ 100 mil. O valor fixado pode ser usado para “assegurar a indenização da vítima”.

Itatiaia entrou em contato com Tiago Lenoir, advogado que representa Lorena Marcondes de Faria, que disse que irá se posicionar em breve. A reportagem também tenta contato com o Conselho Regional de Biomedicina.

Denúncia da Itatiaia

A liminar foi emitida 15 dias após a Itatiaia denunciar que Lorena Marcondes continuava ofertando lipoaspiração após ser beneficiada por um habeas corpus. A prática é proibida, já que apenas médicos podem fazer cirurgias deste porte, segundo o Conselho Regional de Biomedicina e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Relembre o caso

Irís Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos, morreu no dia 8 de maio durante um procedimento estético em uma clínica de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A responsável pela operação foi a biomédica Lorena Marcondes de Faria. Íris teria pago R$ 12 mil para realizar a lipoescultura. A vítima sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e precisou ser levada para o Hospital São João de Deus, onde morreu horas depois.

Segundo a Polícia Civil, essa cirurgia só pode ser feita com a presença de um médico e de um anestesiologista. A clínica não possuía equipamentos básicos, como monitor cardíaco, e o laser que seria usado no procedimento não tinha chegado no local no momento em que a cirurgia começou.

A profissional e a enfermeira que a auxiliava nas cirurgias foram presas preventivamente após o caso, mas foram beneficiadas com um habeas corpus e estão em prisão domiciliar. Lorena também é citada em três processos na Justiça por erro médico. Um deles envolve um modelo que teria ficado com a boca deformada após passar um procedimento estético com a mesma profissional em Divinópolis (MG).

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *