Da Redação

O Centro de Referência à Saúde e Segurança do Trabalhador (Cresst) promoveu, na manhã desta segunda-feira, 22, a Roda de Conversa “Eu bebo sim, e daí?”. A ação aconteceu no pátio da Secretaria Municipal de Operações e Serviços Urbanos (Semsur). A roda de conversa faz parte das ações pela passagem do Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo e foi ministrada pelo médico generalista da Estratégia da Saúde (ESF) da Família Nilda Barros, Flávio Antônio Marcelino Alves.

O médico destacou a linha tênue entre o uso social e abusivo do álcool.

— A partir do momento que as pessoas começam a ter algum problema em razão da bebida, como passar mal, receber reclamações sobre o seu comportamento, ter comprometimento físico e psíquico, problema familiar ou no trabalho em razão da bebida, isso não é mais o etilismo social e sim já está dentro do quadro de alcoolismo — esclareceu.

A assistente social do Cresst, Rafaela Santos Silva, destacou que o nome da roda de conversa foi criado na intenção de discutir a questão do alcoolismo que muitas vezes é tratada como um problema pessoal

— Eu bebo sim, e daí?”. “Fomos reforçar o contexto de cuidado com o servidor e debater esse tema tão importante, que não é uma banalização do alcoolismo, muito pelo contrário, nossa intenção foi chamar a atenção para uma questão de grande importância para a saúde. A questão do alcoolismo não é pessoal, já que atrapalha o convívio social, comunitário, familiar, por isso é um dever de toda sociedade debater esse tema —  destacou.

De acordo com a enfermeira do trabalho, Inara Aparecida Faria Tavares, a discussão social, sobre o uso indiscriminado de álcool e outras drogas, se faz necessária.

— Esta é uma questão de saúde pública, que inclusive pode ter sido potencializada pela pandemia. Mesmo vivendo um grande caos social, causado pelo coronavírus, entendemos que devemos continuar realizando discussões junto aos servidores municipais — destacou.

Em seguida, a palavra foi ministrada por Rui Faria Campos, coordenador da Casa Dia, que é uma instituição sem fins lucrativos voltada à recuperação de dependentes químicos e alcoolistas que tem o desejo de se livrar dos seus vícios.  Rui deu testemunho de sua trajetória que há quase 20 anos se encontra em sobriedade.

— Esta é uma caminhada difícil, mas possível de ser percorrida partindo do desejo de cada um. Nesta caminhada é muito importante o suporte físico, mental e espiritual. Deus teve a misericórdia e me tirou do lugar onde eu estava e hoje eu tenho a oportunidade de ajudar outras pessoas — relatou.

O uso de álcool e outras substâncias para busca de prazer ou para amenizar o sofrimento, acompanha a história da humanidade desde seus primórdios.  A ciência mostra que o desenvolvimento de dependência de álcool ou de outras drogas é resultado de uma soma de fatores de vulnerabilidade, incluindo aspectos biológicos, psicológicos e sociais, e que as intervenções mais efetivas são aquelas que os levam em consideração, desenvolvendo projetos terapêuticos individualizados.

 

 

 

 

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