Da Redação

 

A defesa da biomédica Lorena Marcondes, indiciada pela Polícia Civil por homicídio doloso, protocolou um pedido para que a Justiça cancele a Audiência de Instrução e Julgamento da ré, e revogue todas as medidas cautelares contra a biomédica. Lorena está em prisão domiciliar desde o dia 9 de maio deste ano.

Segundo o advogado Tiago Lenoir Moreira, a Polícia Civil demorou meses para formalizar o recolhimento das provas colhidas na clínica da profissional no dia 8 de maio de 2023, quando Iris Martins morreu após se submeter a uma lipoaspiração.

A defesa afirma que obteve acesso a diversas Fichas de Acompanhamento de Vestígios que demonstram que houve quebra de cadeia de custódia, quando a integridade da prova não pode ser garantida e ela se torna ilegal.

Segundo a defesa, não há como garantir que as provas não foram adulteradas, já que não se sabe o que aconteceu com elas do momento em que foram colhidas até serem registradas na Polícia Civil.

Tiago Lenoir afirma que polícia, por exemplo, recolheu um notebook no dia 8 de maio de 2023, mas a ficha de acompanhamento só foi aberta no dia 24 de julho, ou seja, eles ficaram três meses de posse do computador e não é possível sabe os procedimentos adotados neste período.

Ainda segundo o documento, a perícia da Polícia Civil informou que coletou itens como seringas, canulas, bisturis usados e medicamentos da clínica de Lorena no dia 30 de agosto de 2023, quase quatro meses após a morte da paciente.

Irís Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos, morreu no dia 8 de maio de 2023 durante um procedimento estético na clínica da biomédica Lorena Marcondes de Faria. Íris teria pago R$ 12 mil para realizar a lipoescultura. A vítima sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e precisou ser levada para o Hospital São João de Deus, onde morreu horas depois.

Segundo a Polícia Civil, essa cirurgia só pode ser feita com a presença de um médico e de um anestesiologista. A clínica não possuía equipamentos básicos, como monitor cardíaco, e o laser que seria usado no procedimento não tinha chegado no local no momento em que a cirurgia começou.

A profissional e a enfermeira que a auxiliava nas cirurgias foram presas preventivamente após o caso, mas foram beneficiadas com um habeas corpus e progrediram para a prisão domiciliar.

Lorena também é citada em três processos na Justiça por erro médico. Um deles envolve um modelo que teria ficado com a boca deformada após passar um procedimento estético com a mesma profissional em Divinópolis.

Lorena voltou a ser presa no fim de março de 2024 em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, no entanto, em razão de problemas de saúde, voltou à prisão domiciliar.

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