Um dilema muito comum de muitos empresários é que eles sabem que a empresa gera lucro, mas falta dinheiro para pagar as contas do dia a dia.
O lucro de uma empresa pode estar alocado em várias áreas, como reinvestimentos, pagamento de dívidas, distribuição de lucros, estoques, contas a receber etc. A ferramenta que facilita compreender essa situação é o fluxo de caixa que mede a rapidez com que a empresa recupera o capital em caixa.
A falta de capital de giro é o principal problema para a maioria das empresas brasileiras. Esse problema indica desequilíbrio nas entradas e saídas de recursos nas empresas. Para a manutenção da liquidez da empresa, deve haver um equilíbrio entre receitas e despesas. As entradas devem ser suficientes para cobrir as saídas de caixa, bem como as sobras devem ser devidamente aplicadas. A escassez de recursos deve ser detectada imediatamente e suprida, de preferência, através de um rigoroso controle das contas do balanço patrimonial. Não se pode admitir ativos ineficientes na empresa, pois, tais ativos são, geralmente, os responsáveis pela falta de liquidez.
A elaboração do fluxo de caixa é realizada a partir de projeções de vendas e custos da empresa. Baseando-se nessas estimativas, o administrador financeiro projetará o fluxo de caixa de acordo com o ciclo operacional e as necessidades da empresa, considerando todos os ingressos e desembolsos da mesma.
Quanto ao fluxo de caixa, é importante salientar as seguintes observações:
- O fluxo de caixa auxilia o planejamento das entradas e saídas futuras de dinheiro no caixa da empresa.
- É de fundamental importância saber de que maneira o dinheiro entrou e saiu do caixa da empresa.
- As empresas não pagam as suas contas com o lucro apurado na demonstração do resultado. As contas são pagas com o caixa.
- Oportunidades de investimentos e descontos na compra de mercadoria à vista só poderão ser bem aproveitadas se a empresa tiver caixa suficiente. Caso contrário, há o risco de descontrole do fluxo de caixa.
- É impossível dizer se uma empresa tem boa saúde financeira sem olhar para a evolução do seu caixa ao longo do tempo.
- Uma correta análise do fluxo de caixa permite levar a decisões que não comprometam a capacidade de pagamento da empresa.
É equivocada a ideia de que a implantação do planejamento e do controle de caixa acaba onerando a empresa, pressupondo que será necessária uma grande equipe para desempenhar essas funções. Mas se analisarmos bem, pouca coisa precisará ser criada. A maioria das informações já existe na empresa. O problema é que geralmente estão dispersas. Basta alguém coordená-las para transformá-las em fluxo de caixa. É óbvio que o elemento humano que irá realizar esse trabalho deverá ter uma boa qualificação em finanças e conhecer as atividades operacionais da empresa, porém a coordenação deverá ficar a cargo do administrador financeiro.
Na semana que vem irei escrever sobre o equilíbrio financeiro nas empresas. Até lá!
Célio Tavares – Consultor Financeiro