Vitória de Fuad impõe segunda derrota a Zema em Belo Horizonte

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Foto: GIL LEONARDI

 

 

Da Redação

 

derrota do deputado estadual Bruno Engler (PL) para o prefeito Fuad Noman (PSD) no 2º turno impôs ao governador Romeu Zema (Novo) o segundo revés nas eleições de Belo Horizonte. Após ver o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) ser derrotado ainda no 1º turno, Zema, que, a dois anos das eleições estaduais, já lançou o vice-governador Mateus Simões (Novo) como candidato para sucedê-lo, optou por apoiar Engler e amargou uma nova derrota.

O revés de Engler era um dos motivos pelos quais Zema declarou apoio ao candidato do PL à Prefeitura de Belo Horizonte apenas a dez dias do 2º turno, no último dia 17. Interlocutores do Novo relataram a O TEMPO que temiam, àquela altura, que uma eventual derrota do deputado estadual caísse na conta do governador, assim como a de Tramonte.

Auxiliares do Novo favoráveis ao apoio de Zema a Engler defendiam que o governador, caso quisesse eleger o sucessor em 2026, precisava tomar partido em Belo Horizonte. Como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que é um potencial candidato ao governo de Minas Gerais, embarcou na campanha de Fuad, auxiliares do governador argumentavam que Zema deveria apoiar Engler para reforçar ao eleitor que está à direita do espectro político.

A indicação da deputada estadual Alê Portela (PL) para a Secretaria de Desenvolvimento Social foi exemplificada como um aceno à direita com vistas a 2026. Inclusive, o embarque de Alê no Palácio Tiradentes era citado nos bastidores como mais um motivo para o apoio automático a Engler no 2º turno. Articulada por Simões, a indicação da deputada estadual para a secretaria teria sido um afago ao PL, com quem o vice-governador deve disputar o eleitor de direita daqui a dois anos.

Interlocutores do Novo argumentam que Zema teria sido mal aproveitado pelas coordenações das campanhas de Tramonte e Engler. Por um lado, eles alegam que o protagonismo assumido pelo ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido) na candidatura do apresentador de TV teria impedido a participação do governador. Apesar de ter a secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, como candidata a vice-prefeita de Tramonte, Zema sequer teve a imagem utilizada.

Por outro, avaliam os auxiliares, o candidato do PL não teria sabido o que fazer com o apoio de Zema, que, no final das contas, apareceu ao lado do deputado estadual apenas em um vídeo publicado nas redes sociais na última quinta-feira (24 de outubro), a três dias do 2º turno. A princípio, a peça seria levada ao horário eleitoral gratuito de Engler, mas, em razão da série de pedidos de resposta que conseguiu a campanha de Fuad, ela não foi divulgada.

Mesmo tímido, o apoio de Zema a Engler rendeu questionamentos de servidores estaduais das forças de segurança pública do Estado, categoria em que, ao lado do magistério, o governador tem alta rejeição. Em uma agenda na Associação dos Praças Policiais e dos Bombeiros Militares, em 22 de outubro, o candidato do PL disse que “a gente não está votando no Zema, está votando em mim”. Ele ainda ressaltou que tem “divergências” com o governador. “Tanto que ele não me apoiou no 1º turno”, emendou.

Auxiliares do Novo ainda lembram que, como cabo eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Zema ajudou a diminuir a diferença entre o então candidato à reeleição e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Minas Gerais em 513 mil votos entre o 1º e o 2º turno – ela era de 563.307 e passou a ser 49.650. Mesmo assim, a redução foi insuficiente para Bolsonaro, que, com 49,8% dos votos válidos, viu o adversário ter 50,2%.

Porém, as derrotas de Tramonte e Engler põem em xeque o capital político-eleitoral do governador como cabo eleitoral em Belo Horizonte. Há dois anos, em uma eleição em que enfrentou o Kalil, eleito em 2016 e reeleito em 2020, Zema venceu em Belo Horizonte, berço do adversário. O governador teve 46,57% dos votos válidos, ou seja, 655.517, 56 mil a mais do que Kalil. O ex-prefeito, que havia deixado o cargo há sete meses, teve 598.955.

De acordo com a rodada da DATATEMPO publicada em setembro, o governo Zema é reprovado, numericamente, pela maior parte dos eleitores de Belo Horizonte, 45,4%. Outros 43,4% aprovam a gestão do governador. Os 11,2% restantes não souberam opinar ou não responderam. A margem de erro da pesquisa é de 2,83 pontos percentuais e o registro junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), MG-04866/2024.

Procurados, Simões e o presidente estadual do Novo, Christopher Laguna, não atenderam aos contatos da reportagem. O espaço segue aberto. Tão logo se posicionem, a manifestação será acrescentada.

Fonte : Jornal O Tempo

 

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