Da Redação
Uma equipe de técnicos do Senar Paraná esteve em Minas Gerais nesta semana para conhecer as experiências bem-sucedidas no programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) nas áreas de Apicultura, Bovinocultura de Corte, Bovinocultura de Leite, Cafeicultura, Fruticultura e Olericultura, desenvolvidas pelo Sistema Faemg Senar.
O objetivo da visita foi promover um intercâmbio entre as entidades, visando fortalecer a assistência técnica em ambos os estados.
Intercâmbio Minas e Paraná fortalece atuação do ATeG – Sistema FAEMG
Entre as cidades visitadas, Divinópolis e Cláudio foram escolhidas como exemplos de sucesso do programa, na área de bovinocultura de corte. O grupo visitou fazendas atendidas e conheceu, in loco, as experiências mineiras e as soluções adotadas pelo ATeG.
O gerente regional do Sistema Faemg Senar em Passos, Rogger Miranda Coelho, destacou que o ATeG é um dos programas de assistência técnica com mais resultados nas cadeias produtivas de Minas Gerais.
— Nossos produtores são acompanhados de forma personalizada por dois anos e recebem todas as orientações necessárias para melhorar a gestão, aumentar a produtividade e a rentabilidade — afirmou.
Os analistas de pecuária Alexandre Lobo Blanco, de agricultura Daniel Ricardo Silva e o especialista em projetos Guilherme Norberto são integrantes da equipe responsável por implementar o programa ATeG no Paraná.
— A equipe técnica do Senar Paraná está extremamente grata e honrada com a receptividade do povo mineiro. Fomos muito bem recebidos na sede, nos sindicatos e nas propriedades rurais. Sentimos aqui um profundo apreço pela qualidade, metodologia e respeito ao produtor rural, e levaremos ótimas ideias e inspirações para a jornada do ATeG no Paraná — agradeceu Alexandre Lobo Blanco.
Ele também destacou a organização documental, os processos e a construção de soluções.
— Pretendemos aplicar a metodologia das funções de técnicos e supervisores da ATeG e como temos diferenças regionais e culturais, precisamos adaptar os aprendizados colhidos aqui — disse.
Sindicato dos Produtores Rurais de Divinópolis
O supervisor do ATeG nas áreas de Bovinocultura de Leite e Corte, Rodrigo Eduardo Barros, explicou que os profissionais do Senar Paraná estão no início da implementação do ATeG naquele estado e, por isso, buscam aprendizado em lugares onde o programa já obteve sucesso.
— Eles estão conhecendo grupos que tiveram bons resultados. Além das propriedades, os técnicos visitaram o Sindicato Rural de Divinópolis para conhecer o modelo de parceria — pontuou.
O presidente do Sindicato Rural de Divinópolis, Irajá Nogueira, celebrou a visita dos técnicos e destacou a relevância do ATeG na região.
— O ATeG é um programa de sucesso, que traz tecnologia ao produtor, facilitando o gerenciamento das fazendas e o acompanhamento técnico, o que é essencial para a continuidade do trabalho. A visita ao Sindicato Rural de Divinópolis mostra que estamos alinhados com o futuro. Eles até pediram uma consultoria sobre o que fazemos aqui, o que demonstra que nosso trabalho está sendo bem-feito, com o desenvolvimento dos produtores, a mobilização e a presença do sindicato no campo — definiu Irajá Nogueira.
Bovinocultura de Corte: Produtora aumentou rendimentos e reduziu custos com o ATeG
O ATeG na área de Bovinocultura de Corte impactou positivamente a vida da produtora Edna Gonçalves Amorim, proprietária da Fazenda Conquista Aruana, no município de Cláudio.
O engenheiro agrônomo Mateus Neto Silva Souza, responsável pelo atendimento técnico, compartilhou os resultados obtidos:
— No primeiro ano da Assistência Técnica e Gerencial, a fazenda apresentava margem líquida negativa, com prejuízo anual de R$ 129 mil. Após a ação do ATeG, conseguimos reverter essa situação, fechando o segundo ano com uma margem líquida positiva de R$ 141 mil. O custo operacional efetivo também diminuiu de R$ 234 mil no primeiro ano para aproximadamente R$ 179 mil — disse.
Uma das ações implementadas pelo programa foi a redução da superlotação de animais.
— Quando iniciamos o trabalho na propriedade, o número de animais estava acima da capacidade da fazenda, e a produtora era obrigada a plantar milho para fazer silagem, o que elevava os custos. A propriedade, com 67 hectares de pastagem, abrigava cerca de 150 cabeças de gado. A principal ação foi reduzir o rebanho e manejar a pastagem de forma a eliminar a necessidade de silagem de milho, diminuindo, assim, os custos de produção — explicou Mateus.
Além das questões técnicas de produção, o programa também oferece suporte na área de gestão. Edna Gonçalves ressaltou a importância do ATeG para sua propriedade.
— Antes do programa, não tínhamos um controle eficiente do rebanho e nem sabíamos por onde começar para melhorar a produção. Com a assistência técnica, foi possível reorganizar tudo, desde o manejo das pastagens até a comercialização do gado. Hoje, sinto mais segurança em tomar decisões, pois tenho os números e o apoio técnico necessários — revelou.
Edna é um exemplo dos muitos produtores atendidos pelo ATeG na região.
— Os resultados na bovinocultura de corte foram muito positivos. Partimos de um cenário em que a maioria das propriedades apresentava margem líquida negativa e custos elevados. A partir da assistência técnica, conseguimos mudar essa realidade, começando pela redução da superlotação e, em seguida, pelo manejo das pastagens — concluiu Mateus Neto Silva Souza.